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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Por Amor – 3ª Parte

Imagem aqui.

Dani saiu desesperada com o choro de Leninha nos ouvidos, o seu leite já não era suficiente para ela. As coisas não estavam nada bem… O Centro de Emprego atrasava-se a enviar os subsídios e trabalho que era bom não aparecia nada... Sofia arranjou um trabalho por duas semanas num café, mas foi só até a empregada vir de férias. O dono do café mandou-a embora, pois a vida estava muito difícil para contratar e pagar mais um ordenado. Assim, mandaram-na para casa. Quanto a Dani, não lhe davam emprego por ela ser mãe há pouco tempo. Estavam sem saída, ao que parecia…

Dani seguia de bicicleta pelas vielas a pensar em tudo ao mesmo tempo, no passado, no presente relembrando os últimos acontecimentos e no futuro, que teimava em não lhe sorrir. Não conseguia entender o que estava errado.

Dirigiu-se para um supermercado local e foi direito à zona do leite. Hesitante e com sentimento de culpa, ficou parada em frente à prateleira. Não queria roubar, porque era contra os seus princípios mas não era para ela. Era para Lena, a sua bebé. Abriu a carteira, contou os cêntimos que tinha e depois procurou na prateleira o preço adequado para o que lhe restava. Mesmo para o leite mais barato, o dinheiro que tinha também não chegava por apenas 10 míseros cêntimos…

“E agora? O que devo fazer, levo ou não?...”, pensou e pousou o pacote do leite. Andou pelos corredores para decidir. “A minha filha não pode passar fome.” Voltou ao corredor e pegou no pacote de leite mais barato.

─ Perdoa-me meu Deus, é para a menina… ─ Disse num murmúrio olhando para cima e uma lágrima caiu dos seus olhos negros, cheios de tristeza e de desespero. Disfarçadamente, escondeu um pacote por dentro do casaco e caminhou nervosa para a saída. Aproveitando a confusão no balcão de pagamento com outros clientes, Dani sai do supermercado. Pega na bicicleta e pedala rápido até a casa.

Teve sorte, porque ninguém viu. Mas o remorso roía na sua consciência…

─ Onde estiveste? - Pergunta Sofia, - Onde compraste isso?

Dani não lhe responde enquanto aquece um pouco de leite furtado para a filha que gritava a plenos pulmões por comer.

─ Não respondes, é? Roubaste isso! Meu Deus, agora roubas!

─ Sofia, não tive outra solução... O dinheiro não chegava e por apenas 10 cêntimos! Nem para lavarmos escadas nos querem! Não vou deixar a menina morrer à fome, entendes? É nossa filha... ─ Justificou-se Dani envergonhada perante a esposa e dando o leite à menina.

─ O que será de nós...? ─ Murmurou Sofia pensativa.

Leninha, bebeu a quantidade toda de leite e adormeceu. Dani deitou-a no berço e depois de aconchegar-lhe a roupa, deitou-se ao lado da sua esposa.

─ Isto não pode continuar assim... ─ murmurou Sofia. ─ Não pode mesmo. Amanhã vou procurar trabalho e tu ficas com ela.

─ Ok. E vais procurar onde?!

─ Não sei, mas temos de continuar a procurar. Não podemos desistir...

─ Sofia, não quero que vás à lota, nem ao cais e muito menos aqueles bares.

─ À lota, vou. Até pode ser que traga peixe para o nosso almoço.

─ Já te disse que não quero que vás lá e ponto final! ─ Disse firmemente Dani.

─ Ouve lá, que conversa é essa hoje? Nunca me falaste assim!

─ Esquece!

─ Esqueço? Não esqueço, não! Não é assim.

─ Desculpa. ─ Respondeu Dani com a voz embargada. Estava a chorar.

Sofia virou-se para ela e disse:

─ Dani, eu amo-te. Amo-te com todo o meu ser. Confia em mim, Amor... Nós precisamos de comer, de trabalho e de dinheiro, para conseguirmos sobreviver. Temos uma filha para criar, Amor. Temos de lutar por ela.

As lágrimas escorreram pelo rosto de Dani, que chorava assustada. Ela tinha medo que Sofia caísse na conversa do Rui e que ela se deitasse com ele por troca de dinheiro. Ele olhava para Sofia com um olhar lascivo, nojento e já o tinha visto a falar com ela muito perto, talvez demasiado perto. Dani, sentiu ciúmes e raiva naquele momento que chegou e viu-os juntos. Não gostou de o ver a conversar com Sofia daquela maneira.

─ É o Rui, não é?

─ Amor, não voltes a esse assunto, por favor. Não aconteceu nada. Já não acreditas em mim?

─ Acredito. Mas não gosto dele. Não gosto da forma como ele olha para ti. É nojento!

─ Esquece-o. Confia em mim.

─ Eu confio em ti, mas não confio nele… ─ As lágrimas corriam-lhe pela face.

Sofia beijou-lhe o rosto todo e abraçou-a tentando tranquilizá-la. Depois disse:

─ Não chores, Amor. Tudo vai ficar bem.

─ Amo-te Sofia Santos ─ disse olhando-a profundamente nos olhos. Ela beijou a palma da mão de Dani e colocou-a entre as coxas.

─ Sou tua e serei sempre, prometo-te. ─ disse.

Dani tomou-a nos braços e fizeram amor desenfreadamente até de madrugada. Parecia que o mundo ia acabar. Dani adormeceu nos braços do seu Amor, mas teve um sono agitado. Sofia não dormiu, estava preocupada. Precisava agir.

Uma mudança vinha a caminho…

Continua…

Cris Henriques

Nota: Para quem começou agora a ler o conto e deseja ler as primeiras partes da história, clique nos links abaixo:


9 comentários:

  1. Olá Cris

    Sua narrativa é tão maravilhosa que quase pude sentir na pele o desespero de Dani e a preocupação de Sofia. Muito lindo o conto.

    Obrigada pelo seu carinho!

    Um abraço carinhoso!

    ResponderEliminar
  2. Amiga vou te contar, que triste conto, o pior que acontece muito por ai,não é fácil ver um filho com fome, uma mãe faria qualquer coisa e eu fiquei comovida pelo ato de amor de Dani, imagina não é nada facil tomar um decisão destas.Estou amando este conto. Beijinhos.

    ResponderEliminar
  3. Cris, tudo bem?

    Muito bem escrito, pois se sente o tanto de angústia das personagens, suas incertezas e conflitos, e ainda mais o suspense do fio narrativo que deixou uma tremenda curiosidade e você parou este episódio na hora certa, deixando toda a expectativa em aberto.
    Parabéns!

    Beijos e ótimo fim de semana!

    ResponderEliminar
  4. Oi amiga, hoje passei para te deixar um abraço daqueles bem carinhoso, mas por ser um conto, tenho que vir com mais tempo e virei.
    Aos poucos vou colocando em dia as minhas visitas aos blogs que amo.
    Beijo, até.
    Sua amiga
    Ivany

    ResponderEliminar
  5. Cada vez melhor o conto parece que sinto na pele a angustia vivida por seus personagens, ter que chegar ao ponto de furtar algo é sinal de desespero mesmo, mas quem talvez não faria isso por um filho?

    ResponderEliminar
  6. Tá ficando boa a história. Tudo a ver. Tempos atuais. Realidade nossa do dia-a-dia. Espero que vire um livro. Desemprego é ruim é qualquer circustancia, mas pesa mais quando se tem criança em casa.

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  7. Voltei agora com mais tempo e fico ansiosa pelo final, o suspense me fascina! Um conto quase real que nos deixa aflitas torcendo pelo melhor para Sofia e Dani...Muito bom amiga Cris! Gostei muito e virei ler o final. Beijo. Boa noite.

    ResponderEliminar
  8. Cris,
    Que situação difícil!
    E ainda mais com uma criança pequena!
    Esse conto desperta muitas emoções...
    Fico esperando pela continuação da história!
    Beijos

    ResponderEliminar
  9. Olá, Cris.
    Muito bem escrito seu conto, parabéns.
    Infelizmente, as dificuldades da vida acabam por influenciar nos relacionamentos, o que é bem triste.
    Passei o Combofix novamente, mas no Modo de Segurança em Rede o pc não permitiu que o programa rodasse.
    Hoje ele não apresentou problemas, o que é um bom sinal, pois todos os dias eu tenho de religá-lo porque ele se desliga após alguns minutos de funcionamento.
    Obrigado pelas dicas.
    Abraço, Cris.

    ResponderEliminar

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Cris Henriques
(Autora do livro «O Que O Meu Coração Diz», criadora e administradora do blogue.

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