No dia seguinte, Sofia saiu cedo e foi à lota. Antes de ir, alimentou Leninha e adormeceu-a novamente.
─ A mamã já vem, Amor. Vai trazer papinha para ti. ─ Disse num murmúrio para não a acordar e nem acordar Dani. Não queria que Dani acordasse antes dela sair, pois sabia que discutiriam novamente…
Beijou a menina ao de leve e aconchegou-lhe a roupa. Desta forma ficava mais descansada.
Deixou um bilhete a Dani, para que ela não ficasse muito chateada consigo e saiu. Mas sabia que ficaria, com certeza. As lágrimas escorriam pelo seu rosto, pois sabia que estava à beira de fazer algo que iria magoar o Amor da sua vida, em nome de um Amor Maior: a filha.
Duas horas mais tarde, Dani acorda com o choro de Leninha. Ela devia estar com fome, sorriu e levantou-se para cuidar da menina.
─ Bom dia, Amor da Mãe! Olha a papinha, Amor! ─ Disse para Leninha, pegando-lhe e alimentando-a. Comeu o pequeno-almoço, fez a lida da casa mas sempre a falar com ela. Adorava falar com a menina, pois sabia que ela a escutava. Em seguida, mudou-lhe a fralda, vestiu-a e levou-a consigo para a cozinha.
Não muito tempo depois, Leninha adormeceu e só então Dani encontrou o bilhete de Sofia que dizia:
Dani achou estranho aquele bilhete, mesmo apesar de o ter lido mais do que uma vez.
─ Mas que raio significava isto? ─ Questionou-se em voz alta.
A vontade que tinha era de ir atrás dela, procurá-la e perguntar-lhe pessoalmente que raio de bilhete era aquele. Só que não podia. Não agora. Não podia deixar a menina sozinha. Não podia, nem devia fazer isso.
Sentou-se no sofá e pôs as mãos na cabeça a pensar, depois recostou-se para trás.
─ O que é que eu faço…? ─ Murmurou com seus botões, mas estes não lhe responderam.
Enquanto isso, Sofia foi à lota para ver o que podia arranjar para comerem. Uma senhora idosa estava na banca a amanhar o peixe e tremia muito. Os tremores eram tão fortes que ela cortou a mão. Sofia que estava na sua banca a ver o preço do peixe, tratou de ajudar a senhora imediatamente.
─ Pronto, já está tudo bem. ─ Tranquilizou-a Sofia.
─ Não, não está. Não posso amanhar o peixe assim! Vou perder dinheiro… ─ disse a senhora com ar preocupado.
─ Eu posso ajudá-la aqui. Não tenho mais nada para fazer. Chamo-me Sofia ─ disse estendendo-lhe a mão.
A senhora apertou-lhe a mão e agradeceu-lhe a ajuda.
─ Obrigada, Sofia, sou a Rosalinda. Já alguma vez amanhaste peixe? ─ Perguntou-lhe observando as suas mãos suaves sem calosidades.
─ Não, só em casa… Mas aprendo depressa! ─ Exclamou Sofia sorrindo.
Rosalinda, ensinou Sofia tudo o que era necessário saber para amanhar o peixe. No fim da venda Sofia ajudou-a a limpar tudo e acompanhou-a até a casa. Rosalinda, deu-lhe algum peixe e algum dinheiro para lhe pagar a ajuda. E disse:
─ Volta amanhã cedo, às 4h da manhã e não te atrases.
─ Obrigada, D. Rosalinda. Serei pontual. Se precisar de ajuda, ligue-me para o telemóvel. Não posso ligar porque estou sem saldo. Mas ainda recebo chamadas.
─ Não te preocupes, o meu filho ajuda-me. Até amanhã.
─ Até amanhã.
As duas despediram-se e Sofia seguiu em direcção ao supermercado para comprar leite para a menina.
─ Quem é que estava a falar contigo? ─ Perguntou uma voz de homem quando Rosalinda entrou em casa.
─ Foi uma moça muito simpática que me ajudou na lota, filho. Ela chama-se Sofia, está desempregada e tem um bebé. Como me cortei, ela ajudou-me com as coisas e combinamos para amanhã ela vir ajudar-me novamente.
─ Que bom. ─ Respondeu um filho sem lhe dar atenção, pois estava concentrado na televisão.
Entretanto, Dani adormecera no sofá e começou a ter um pesadelo horrível. De repente, viu Sofia na cama com Rui. Viu-o possui-la fervorosamente e viu-a sentir prazer... A seguir viu-o pagar-lhe com dinheiro no fim e com esse dinheiro, ela pagou as contas de casa, mas também a quem elas haviam pedido fiado. Viu-a comprar comida... O seu coração batia com força, o suor escorria pelo seu rosto...
Continua…
Cris Henriques
Cris,um conto muito bem escrito e que nos prende a atenção!História triste,mas muito verdadeira!bjs e boa semana!
ResponderEliminarOi Cris,
ResponderEliminarGrata pela presença no meu canto.
Já estou te seguindo.
Um beijo
Que texto bonito! Bem interessante e intrigante!
ResponderEliminarBeijos e um bom inicio de semana, querida.
Cris,
ResponderEliminarvenho acompanhando desde a primeira parte, e interessante como você prende a atenção do leitor, e ultimamente ando distraído pelo tanto que tenho que fazer, e comprovo isso.
Penso que essas personagens têm segredos a serem revelados que alimentarão ainda mais a trama.
Beijos e ótima semana!
Ah! Cris,
ResponderEliminarantes que eu me esqueça, muito obrigada por me colocar no teu blog roll, já estou colocando seu espaço virtual lá no meu também, obrigada!
Mais uma parte muito emocionante ....
ResponderEliminarCris,
ResponderEliminarEssa história é muito bonita.
A maneira como o amor delas está sendo colocado a prova, as dificuldades, o sofrimento, uma filha que é fruto de um ato horrendo mas que é amada como se nascida do amor...
Penso que se elas conseguirem superar essas adversidades, sairão muito fortalecidas e o vínculo entre elas jamais se romperá.
Parabéns pela sua escrita!
Um grande abraço!
Olá, amigo!
ResponderEliminarGrata pela sua preciosa visita!
Gostei do que o seu coração lhe diz!
Também te sigo!
Boa semana!
Beijocas!
Há amiga, este conto é lindo demais, como eu torço por esta família. Parabéns. Beijinhos.
ResponderEliminarOlá, Cris.
ResponderEliminarDificuldades financeiras e ciúmes juntos não podem dar em boa coisa.
É em momentos assim que se deve confiar no amor acima de tudo.
Abraço.
Que drama hem? O pesadelo de Dani vai trazer problemas pra Sofia...
ResponderEliminarMuito bom!
Vou agora para a próxima etapa.
Beijo com carinho para minha amiga Cris.
Ivany